Ao dizer que separemos o último dia da semana para Ele, Deus nos deu o benefício de uma pausa estratégica para nossa vida em todos os sentidos
Por Marcelo Cypriano
marcelo.cypriano@arcauniversal.com

“Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.
Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra.
Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas.
Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do sábado, e o santificou.”
Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra.
Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas.
Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do sábado, e o santificou.”
(Êxodo 20:8-11)
À sua imagem e semelhança, Deus fez o homem. Tal como o homem, parou um dia para apreciar sua obra. Com essa passagem, a Bíblia já mostrava, milênios atrás, uma necessidade da qual hoje todos sabemos (e nem todos obedecemos): a de descansar. Está aí o estresse, a maior causa de mortes do mundo moderno, que não deixa ninguém mentir. E no descanso do qual a Palavra Sagrada fala não está previsto só o repouso, tão necessário ao corpo e à mente. Também nele está contido o tempo em que precisamos “pisar um pouco no freio”, desacelerar, desligarmo-nos do dia a dia, que pode até ser prazeroso, mas desgasta aos poucos.
Também do dia de descanso faz parte aquele tempo precioso que precisamos ter com nossos familiares, nossos amigos, e até com nossos animais de estimação. É aquela pausa para interagirmos com nossa casa, nosso bairro, nossa cidade, que quase todos os dias desrespeitamos tanto.
Sobretudo, este dia de descanso é o Dia do Senhor, como prevê a Bíblia. Não por acaso, é o principal dia de cultos e celebrações na igreja. É o dia em que podemos nos sentir mais próximos dEle e de seus preceitos, embora possamos estar com Ele a todo momento, todo os dias. Deus está conosco sempre, mas necessitamos, sim, de alguns momentos de exclusividade com Ele. Um tempo só para o Pai. Se pararmos para pensar, é pouco, perto de tudo que Ele nos dá.


Na configuração do universo tal como o conhecemos (ou seja: quase nada), a ideia de “dia” é muito relativa. Para nós, o que chamamos de dia é a rotação que nosso planeta faz em torno de si, como a Terra gira como um pião. Nisso, ela leva as 24 horas que conhecemos. O mesmo movimento (seu giro) em nosso segundo vizinho em direção ao Sol, Mercúrio, leva o equivalente aos nossos 58 dias e 16 horas. Muita gente gostaria de ter dias mercurianos (alguns enrolam tanto que parecem ter mesmo). Mas somos terráqueos, temos as nossas 24 horas e nossos organismos adaptados a elas para seu ciclo de vigília e repouso, por mais que alguns tentem enganá-lo com remédios ou outros artifícios, sempre prejudiciais à saúde. Quem toma um estimulante pesado para ganhar mais horas no dia, perde alguns anos de vida, pois o corpo cobra esse descanso, se desgasta e tem um desempenho inferior. Onde está o lucro?
Paz, repouso, convívio familiar, oração. Voltar-se para o Criador para agradecer por tudo é um exercício que o próprio Deus nos oferece para que, sem que percebamos, façamos um balanço da semana que se foi. Faz-nos pensar nas conquistas, no esforço despendido para realizá-las, nos problemas, nas desventuras. E na volta por cima. É tempo, inclusive, de agradecer (“Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”, como sabiamente diz o apóstolo Paulo em 1 Tessalonicenses 5:18).

De sete em sete dias, uma vida inteira
Culturalmente, o sétimo dia de descanso tem diferenças na data certa. Os judeus seguem à risca a letra da Lei do Velho Testamento, e o sábado é o último dia da semana para eles.
Com o tempo, a cultura de outros povos transferiu o dia de descanso para o domingo, fazendo a segunda-feira o primeiro dia útil. Independentemente de ser sábado ou domingo, o ciclo de 7 dias tem o mesmo efeito.
Se alguém aí está pensando em “como pode alguém ser feliz trabalhando no domingo”, uma lembrança: não é em todos os países que o trabalhador tem direito às folgas de sábado. E em muitos que adotam o dia como folga hoje, em um passado bem recente não era bem assim. Na verdade, nem o domingo era pago, embora o trabalhador pudesse folgar nele. No Brasil atual, a folga de sábado é meramente relativa, pois trabalhamos algumas horas a mais de segunda a sexta para que possamos faltar aos sábados. Mesmo assim, a despeito do nome do dia, o sétimo período de 24 horas de descanso é adotado oficialmente na maioria dos países ditos civilizados.
Se o dia é para Deus, Ele acaba fazendo, em sua infinita sabedoria, que também seja algo bom para nós: uma parada estratégica, extremamente necessária à nossa vida nos sentidos físico, profissional, familiar, social e espiritual.
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